quarta-feira, 23 de maio de 2012

Jantando no Orkut

   Em mais um passeio pelo Marketing na Cozinha (estou virando fã), encontrei esse texto sensacional sobre essa iguaria das noites frias.
   No Ensino Médio, eu e minhas amigas nos reuníamos muito para apreciar um bom Fondue e colocar a conversa em dia. Hoje não temos mais esse costume, mas sinto muita falta, da comida e das amigas (rs).
   Eu gosto de Fondue de todos os jeitos e comeria, tranquilamente, no verão, mas essa sátira é tão boa que mesmo os apaixonados como eu, não se arrependerão de ler até o final.


   Fondue
   por Carolina Mendes

   Aí o Rafael me pauta Fondue e eu penso: casais em cenas românticas em cidades serranas, se amando e bebendo vinho. Fotos fofinhas em redes sociais.  Chama Campos do Jordão de Suiça brasileira. Faz jantarzinho pros amigos pra mostrar o vídeo do casamento e da lua-de-mel. Poderia, mas não vou jogar isso na cara do Fondue. Porque ele não merece. Penso obviamente em discorrer sobre o assunto, e começar dissecando os casais. Mas aí eu me coloco como alvo fácil e minhas críticas viram recalque. E o assunto é sério. E eu tenho que ter mais cuidado porque destampei o bueiro de ódio no coração que gente aparentemente boazinha tem.
   E podem acreditar, esse povo que não sabe xingar, não sabe manter a calma e a cabeça fria. Uma bobeada e eu acabo boiando no rio Pinheiros com um cupcake desenhado a navalhadas na testa. Então não irei tratar do ridículo que é comprar casacos sintéticos com gola de pelúcia e correr pra serra pra comer fondue como se fosse algo natural e próprio daqui das terras em que têm palmeiras, e canta o sabiá. Até porque tem erro suficiente aí pra evitar o assunto romance cafona.
   Primeiro que os queijos estão virando qualquer merda. E pra fazer fondue usam qualquer combinação de qualquer queijo merda. Ou compram a já tradicional mistura para fondue, porque né? Tem que derretar o queijo e tudo, uma complicação dos diabos. Derreter queijo, quem seria capaz se não fosse a mistura pronta?
   Sério, fondue foi alimento dos soldados suiços, um troço másculo e rústico. Como foi que virou esse troço fru-fru? Quem foi que quebrou a coisa toda? Que escreveu fundie, fondie, fundi, foundie, foundi. QUEM FOI QUE ESTRAGOU?
    Quem foi que chantilizou e motelzou o pobre coitado e fez virar desculpa pra lambuzar piriguete com chocolate derretido e morangos transgênicos?  Tá errado isso aí. Mas muito errado. Inventaram até fondue de carne, que basicamente é convidar os amigos pra fritarem o próprio jantar.  Deve ser alguém que não tinha uma chapa bacana pra fazer uma picanha e defumar o pessoal, mas tinha uma panela de fondue e resolveu se virar com o que tinha.
   Aí eu me pergunto, se eu tenho a panela, o rechaud e os espetos, qualquer merda que eu faça coletivamente, usando essas 3 coisas, é fondue? Se eu fizer mingau de aveia, espetar bananas e comer, é fondue de mingau?
   Fondue está para a gastronomia assim como o narguilé está para o narcotrafico, não é loucura, não dá onda, não é legal…É PURA PRESEPADA. É a pochete e o cavanhaque da gastronomia.
Certeza que fondue entrou nas casas pelo sistema de cotas de presente inútil de casamento. Junto com a bicicleta ergométrica que foi pra varanda.

2 comentários:

  1. Huahuahuahauhauhauah! Muito bom, Finha.
    "Marketing na Cozinha" sempre mandando muito!

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