sábado, 4 de agosto de 2012

O voo

Você se acha o maior escritor da família, de repente, percebe que é só mais um no meio da multidão. É bom saber que, ainda assim, você consegue fazer com que as pessoas se deixem mostrar como são. Porque todo escritor, por mais fictícia que seja sua história, fala de si mesmo e nada mais. Leiam e decodifiquem nessas entrelinhas esse novo autor que, segundo suas próprias palavras, pretender ser o nosso próximo TOP ONE. Será?

02 de julho de 2007, Rio de Janeiro, Hotel Mirador.
 por Cristhiano Brito

Só para não esquecer resolvi registrar aqui. Foi de ontem para hoje que tive um sonho em que voava, quer dizer, podia voar. Tudo começou, vai ser rápido e logo você volta para a leitura, então, tudo começou, no sonho, com um salto. Não sei o que veio antes, só me lembro de correr, havia alguém atrás que dizia algo mas não lembro o quê. Corri e saltei, veio então um forte frio na barriga que aumentava quanto mais próximo do chão eu chegava. Esse instante, o de chegar ao chão é meio intrigante, o que vou contar é mais o que acho que ocorreu do que o que lembro realmente. Então, eu passei do chão e voltei suavemente como que levitando, a partir daí o cenário mudou. Algumas imagens apenas ficaram. Bom, o que importa é que eu podia voar, quer dizer, às vezes podia. Mas para fazê-lo, digo para voar era necessário me concentrar bastante. Essa concentração necessária que me intrigou, não era do tipo “eu vou voar, eu vou voar” e chazam: voava. Precisa acreditar que podia voar, só conseguia quando pensava que podia e não exitava em nenhum momento. Precisava me envolver com a idéia de que podia fazer como para realizar uma atividade comum, na verdade deveria não pensar muito para fazer. A sensação era muito agradável, isso foi o que mais impressionou, além de voar eu podia passar por dentro dos objetos. Mas no fim do sonho eu perdi a capacidade de voar. Descobri isso em pleno vôo, na verdade eu saltei para um vôo rasante e antes mesmo de cair eu achei que não mais voaria e pensei: “não vou conseguir voar” e pimba, foi o que aconteceu. Eu caí, era baixo, mas não cheguei a tocar o chão, na verdade era um balcão de supermercado sobre o qual eu queria passar voando, como um goleiro defendendo uma bola no ângulo da trave, para que as pessoas atrás vissem que eu tinha uma aptidão especial.
O sonho teve mais coisa, mas o que importava aqui era isso. Durante o dia fiquei pensando nele e tentando ter aquela sensação incrível de voar, sem ajuda de nada e ninguém, mas não consegui nem chegar perto. Comecei a fazer alusões do sonho com a realidade e descobri algumas mensagens interessantes. Podem não fazer sentido para outros, mas reparando bem até que tem lógica. Vou enumerar para ser breve. A queda inicial e de repente recebo uma habilidade especial, parece até com as oportunidades que surgem no dia a dia quando estamos em momentos de crise, mas não sem ler o restante. Essa habilidade, essa de voar, precisava acreditar nela para poder usá-la, muito semelhante a nossa auto-estima. Depois então eu voava, tinha controle da minha mente e podia inclusive passar por entre as coisas, foi aprimorando, fantástico. De repente isso deve ter me envolvido e fiquei cego, querendo “aparecer”, não é que nessa hora eu caí. Seria orgulho ou vaidade? Caí, mas não sem antes saber que isso aconteceria, no instante em que questionei se podia voar, não acreditei na minha capacidade, caí. Auto-estima novamente? Não sei, cada um vai interpretar como quiser. As mensagens que ficaram para mim foram essas, e essa é mais uma mensagem, a da interpretação, ou poderia ter sido apenas um sonho.


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