sábado, 1 de setembro de 2012

O leilão do enredo




A última coisa que esse blog tem a intenção de ser é de cunho político ou partidário, mas tenho que dizer que, embora eu não more na cidade do Rio de Janeiro, eu admiro muito o candidato a prefeito Marcelo Freixo. Tudo o que acho dele, não cabe a mim escrever aqui, talvez em uma outra oportunidade. O que venho relatar aqui é sobre um programa de governo dele  que anda causando muita polêmica, principalmente, lá na comunidade do Salgueiro (). 

Nem preciso dizer o que representa essa agremiação para mim pois, quem acompanha o blog ou a fanpage,  já sabe. O que tem me deixado muito triste é a banalização do MAIOR SHOW DA TERRA. Esse ano, o Salgueiro vem com o enredo de Fama, que eu até achei legal, mas para a minha tristeza, o enredo não foi aleatório, o Salgueiro recebeu o singelo patrocínio de uma revistinha chamada Caras. Tá bom para vocês? Vocês lembram o que a Danone fez com a nossa Porto da Pedra esse ano, né? E se não bastasse, a São Clemente vem com o enredo nada direcionado intitulado Horário Nobre e, quem tem o horário nobre mais caro da TV aberta e teria interesse em pagar por um enredo desses? Claro, Rede Globo. Estou falando dessas porque são as que simpatizo, mas esse ano, a maioria tem enredo patrocinado. E é aí que o Freixo entra, ele tem um programa de governo que pretende subsidiar apenas escolas que tenham enredos culturais, afinal, é justo uma escola grande que já recebe dinheiro de empresas receber ainda dinheiro público sem, ao menos, homenagear suas raízes? 

Não vejo propósito em a prefeitura ajudar o Carnaval de uma comunidade sem o devido retorno. Tirando as fantasias destinadas aos moradores locais, nada na escola de samba é de graça ou, pelo menos, barato. As fantasias de alas comercias chegam a custar mais de mil reais, a cerveja custa 4 reais, a entrada 15 reais, no barato (pagamos, semana passada, 20 reais na São Clemente e ainda quase levamos uma volta numa “promoção” de cerveja). Assistir ao desfile na Sapucaí é ter fé e acreditar que o Guanabara sorteia 5.000 ingressos ou gastar um dinheirão para ficar num lugar razoável. 

Diferente dos outros “shows da terra”, o Carnaval é um show feito pelo povo, pago pelo povo, mas limitado a uma minoria do povo. E, agora, como se não pudesse piorar, o povo está pagando caro para não ver mais a sua festa bonita, que fala da sua história, da sua raiz. Agora, o Carnaval fala de quem paga mais. E assim, o meu coração salgueirense entristece. 


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