segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Mini-nós.


Como não amar as crianças? Elas reinventaram o amor com sua forma delicada de pedir presentes que beiram aos mil dólares, como quem pede uma balinha para adoçar a boca. Elas são as miniaturas de seus pais em fisionomia e personalidade. Elas ganham o mundo quando aparecem com notas dez e transformam nossa alegria em ira quando vêm com aquelas médias baixas, dignas de castigos eternos. E quem nunca castigou um filho eternamente e voltou atrás com o primeiro sorriso ou  o primeiro "por favor"? Quem tem uma criança tem uma luz no fundo do túnel que nunca se apaga. E por que elas crescem? Pra que elas crescem? Preferia que elas continuassem a ser esses mini seres passíveis de ordem e ao mesmo tempo, donos do seus próprio nariz. Nós somos mesmo muito injustos quando colocamos um filho no mundo apenas para se livrar da solidão na velhice. Uma criança é a certeza de que não podemos desistir nem de nós, nem das pessoas. É preciso trabalhar dia e noite para dar mais do que podemos e menos do que elas dizem precisar. E como ter bom senso com aquele pequenino olhar te implorando para dormir uma hora mais tarde, ou mais trinta minutinhos de videogame, ou apenas para repetir a sobremesa? Hein? Como fazer? Existe receita? Nesse jogo, é o amor quem vai ditar todas as regras. E só ao lado delas, conhecemos o verdadeiro amor sem limites.

Catarina Leme. A normalidade sempre passa longe da gente.

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